Blitz Fantasma


    Sabe de uma coisa odeio fazer blitz. Digo, isso não serve para nada, os carros que passam em alta velocidade são parados e levam multa, mas no outro dia tem outro motorista imbecil, o único ponto positivo nisso tudo é que ganho para isso, mas sinceramente com a miséria desse dinheiro, eu prefiro muito mais ficar em casa bebendo cerveja e fumando cigarro, enquanto vejo algum jogo na tv, mas fazer o que se o meu chefe gosta de encher o saco. A noite estava bem fria, e o vento congelava até a alma, esses uniformes policiais não ajudavam muito, já que são feitas para o calor, que é o normal da região. Peguei o maço de cigarro, tirei um e quando fui acender, o meu amigo que estava junto comigo suspirou chamando a minha atenção, bom ele odiava o cheiro de cigarro, por causa do seu pai que havia morrido de canse de pulmão, também me falou que o seu velho parecia uma lareira mágica ficando aceso dia e noite.
    —Qual é, você sabe que estamos trabalhando, se pegarem você fumando, pode ter sérios problemas.
    Acendi o cigarro, ignorando o que ele dizia, e logo em seguida falei: —Olhe em volta essa estrada é deserta e só tem nós aqui, isso só seria um problema, se você me dedurasse.
    Então olhei para as poucas estrelas visíveis no céu, e falei depois de dois segundos de pausa: —Você não faria isso, faria?
    Quando ele ia responder um carro passou em alta velocidade, interrompendo a frase, e fazendo um som alto, entramos no veiculo e ligamos as sirenes, mas o motorista continuou ignorando a lei, fiquei com medo de atirar e causar algum acidente, e também alguma hora ele haveria de parar, então depois de trinta minutos ele fez isso, estacionando perto de várias árvores, eu e o meu parceiro saímos do carro, o motorista fez o mesmo, a primeira coisa que notei nele foram os seus olhos frios, típico de um serial killer. Tentamos chamar a atenção dele falando: “Você sabe que acabou de cometer dois crimes?” Porém ele simplesmente ignorou essa minha fala, e se dirigiu até o porta malas de seu carro, já achando aquilo extremamente estranho, eu e o meu parceiro ficamos ainda mais chocado quando vimos os nossos corpos sem vida, ao lado de uma pá que o motorista tirou da parte de trás do veiculo, e começou a cavar, naquele momento já sabíamos do obvio, então de repente veio duas lembranças na minha cabeça, junto com uma pequena dor, a primeira…
    A noite estava fria, e tudo que queria naquele momento era acender o meu último cigarro, porém o mesmo policial interrompeu: “Qual é, você sabe que estamos trabalhando, e se pegarem você fumando, pode ter sérios problemas.” Eu o ignorei, e momentos antes de acender o meu cigarro, um carro suspeito parou entre nós, vi o mesmo motorista saindo com um fuzil de assalto e atirando nos nossos corpos que logo ficaram sem vida. A segunda lembrança foi que alguns meses atrás eu havia assassinado cruelmente a sua esposa, depois de descobrir a sua gravidez, eu matei o meu próprio filho. Tentei encostar nele, em um ato de desespero, porém a minha mão fantasmagórica o atravessou, e logo percebi ele sumindo aos poucos, e quando finalmente tudo acabou, eu me encontrei no inicio, sem lembrar do acontecimento passado.



Autor: Lucas Fernando Oliveira Duarte.
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