Maria A Senhora Gentil.
Maria é uma idosa de setenta anos, gentil,
simpática, adorável e generosa, até mesmo com os desconhecidos, e essas são as
qualidades que se destacam.
A maneira como sorri tranquiliza a quem foi direcionado, algumas pessoas falam que ela é um anjo,
de tão boa.
A rotina dela se resumia em, sair de casa
para dar comida aos moradores de rua, doar roupas para orfanatos. E em alguns
casos doar dinheiro para ajudar quem precisa, chegava em casa mais ou menos
sete horas da noite.
Isso parecia perfeito, porém o marido dela
José, brigava falando que o dinheiro era dele, quando falava daquele jeito ela
sentia um ódio insuportável, mas sempre fingia que não ouvia direito, ele também
ficava com raiva quando Maria o ignorava.
Já faziam longos dez anos, que discutiam
assim, dia após dia, estressava a Maria desde a época que começou a discussão,
mesmo assim fingia que não a afetava em nada.
Uma certa noite, José já irritado pelo dia
longo e cansativo, foi até a cozinha, abriu a geladeira, viu que não tinha nada,
foi até a sala, era onde Maria estava, começou a gritar com ela falando: —Cadê
as coisas que comprei hoje de manhã?
—Dei para alguns mendigos que estavam
precisando, mas não se preocupe você não vai morrer por causa de uma noite sem
comer. —Disse Maria com um sorriso no rosto.
Parecia que ela tinha debochado dele, então
ficou furioso e começou a reclamar: —Uma noite!? Já é a quinta vez nesse mês que
faz isso, Inacreditável!
Maria ficou sorrindo enquanto ouvia aquela
voz imunda de fundo, cada segundo que passava ficava cada vez mais irritada,
até que chegou uma hora que disse com um olhar assustador direcionado a ele: —Cale-se
seu velho imundo, que só sabe reclamar!
José continuou falando: —Você não manda em
nada! Sou o dono dessa casa! —Disse com arrogância, era como se ela não fosse
nada.
Naquele momento, pairava uma pequena esfera
negra, no interior da Maria, e crescia de um modo rápido. Esperou ele parar de
falar, José foi ver tv estressado, talvez fosse para distrair um pouco a mente
dele, e Maria foi fazer alguma coisa para eles comerem, e claro teve que ir
para o mercado para comprar algumas verduras e carne, e enquanto ela cortava os
legumes, aquela esfera negra atingiu o seu auge, pegou a faca e foi até a
direção de José, e o apunhalou enquanto estava distraído.
José era bem idoso, mas ele sobreviveu a
primeira facada, ele caiu e enquanto se arrastava pelo chão que já estava sujo
de sangue, ela dava gargalhadas sem parar, indo atrás dele, depois de três
minutos vendo ele sangrar, parou de rir, e decidiu dá um fim ao sofrimento
dele, mas não foi só uma facada, foram mais de dezessete, o golpeava com toda
raiva que tinha, a fúria dela era algo demoníaco. Algo que não era desse mundo.
Era surreal como uma pessoa podia odiar alguém.
Dias se passaram e ninguém notou que José
tinha desaparecido por uma semana, só no outro mês que ela deu a ocorrência de
desaparecido, os detetives iniciaram uma investigação, foram na casa de Maria,
mas não encontraram nada, suspeitaram dela pois era a única que morava com ele,
e também porque ela continuou a sua rotina como que se nada tivesse acontecido.
No interrogatório, ela demostrou cooperar, e fingir que estava preocupada.
Depois de um ano de investigação, eles a
encerraram, não foram encontradas nenhum tipo de provas, só foram teorias do
que podia ter ocorrido.
Querem saber como Maria saiu dessa? Acho que
podem imaginar o que aconteceu, mas para quem não conseguiu imaginar, vou
explicar.
No dia seguinte, logo depois da morte de
José, ela cortou a carne velha dele, e fez um ensopado de idoso, que parecia
delicioso, enfim deixando as piadas de lado, Maria é uma boa cozinheira, e os
mendigos não reconheceram que estavam comendo algo grotesco e abominável.
Quanto os ossos, ela sabia que se jogasse no
lixo ia ser o fim, então ela os triturou, em pedaços tão pequenos que passaria
pelo vazo e cairiam nos esgotos onde ninguém seria capaz de encontrar os minúsculos
pedaços, e caso isso acontecesse, não reconheceriam por estarem picados em minúsculas
partes, que não daria para fazer um exame de DNA, não teriam provas que foi
ela. E assim Maria continuou sendo a senhora de um sorriso cativante.
Autor: Lucas Fernando Oliveira Duarte
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