Dois De Nós.


    Imagine um cinema, porém não há nada vivo no seu interior, apenas você que por sinal está sem amigos ou familiares, ao redor se depara com diversas cadeiras enquanto começa a contagem regressiva, por instinto caminha em direção a uma delas se senta e rapidamente, seus olhos começam a se fixar na tela, sua ansiedade aparece junto com uma enorme curiosidade mesmo sem saber do que se trata, então finalmente chega no um… Agora aqueles segundos que demoraram uma eternidade não existem mais, o filme começa passar. E percebe que aquilo é o filme mais triste que já viu na vida, ficando maravilhado com tal beleza que quando termina você quer ver novamente, novamente, novamente… E isso estranhamente acontece, mas chega o momento em que  cansa e fica chato de uma certa forma, há muitas coisas para fazer fora daquele lugar. Você tenta procurar a saída, porém percebe que não tem nenhuma porta ao redor, e tudo que pode fazer é sentar e assistir novamente o filme, sem ninguém ao seu lado para fazer companhia, só observando o tempo passar bem diante dos seus olhos, com a impressão que dias são horas. E horas são segundos. Vivendo o mesmo momento várias e várias vezes.
   E de repente quando você não aguenta mais... algo ou alguém muda de filme, sim, não são mais as mesmas imagens  que passam diante dos seus olhos, agora são cômicas e com vida, fazendo o sentir-se feliz, a sensação de tristeza se esvai em questão de segundos, toda aquela negatividade não existe nos minutos seguintes, mas não importa se você percebe isso ou não, tanto faz o importante é que não está mais infeliz, porém esse paraíso não dura muito…
    Bang! Estamos de volta a realidade, aquele filme voltou a ser o que era antes, cheio de morbidez, pessimismo e outros sentimentos negativos, que envenenam lentamente a sua mente, dentro daquele universo existe uma fala do personagem principal que diz: “O que mais arde no inferno não é o fogo, mas sim a falta de esperança.” 
    Depois de alguns anos você começa a perde a noção do tempo, agora horas parecem segundos e meses parecem semanas, tudo perde o sabor. Tudo fica cinza. Tudo perde a graça, até mesmo o que fazia você chorar não faz mais, sobrando apenas o vazio do cinema. E por quanto tempo vou ficar nesse inferno astral? Até que chegue o fim. Até que chegue uma luz no fim no túnel, mesmo se for a morte.
   Acho que é assim que poderia definir a depressão, apenas uma cor. Apenas um som. E apenas a falta de esperança, porém já se perguntaram quem será que está por trás daquele cinema? A pessoa que controla você feito uma marionete? Essa resposta é simples… 
   Você mesmo, apenas você, não somos a depressão, mas nós é quem decidimos qual filme vemos. Essa maldita doença é apenas um vício que nos contamina sem percebermos, como cheguei a essa conclusão? Existem duas pessoas dentro de cada ser humano, a que vê o filme é aquele que temos controle, resumindo as suas ações racionais, você quem decide o que vai escolher. Se vai marcar A, B, C ou D, mas a pessoa que coloca o filme é ao contrário, responsável pelos sentimentos. Pelo nosso jeito de pensar, racionalizar, e pela nossa visão de mundo, seja positiva ou negativa, resumindo seria nosso subconsciente não podemos ter diretamente o seu controle. Digo não podemos escolher o nosso estado de espírito, seja em momentos tristes ou felizes. Também não podemos escolher uma forma de pensar e viver. E a pessoa que vê o filme, é o físico que podemos interagir com outras pessoas, tomar decisões simples, como sentar ou deitar, e outras coisas no dia a dia
   Mas um não vive sem o outro se alguém colocar algum filme no cinema e não tiver absolutamente nenhuma pessoa para ver, qual seria o sentido? Também há o contrário, então o que você faz nessa situação? Sim se divide em dois… O que vê. E o que coloca.
   Porém tem como mudar isso, sair desse cinema chamado: Sua realidade. Tem como mudar o seu subconsciente, com apenas uma atitude, renascendo como uma Fenix, renovando o seu jeito de pensar, não tem como superar os problemas? Ou problemas são feitos para serem superados? Não sou bom o suficiente. Ou o motivo de eu não ser bom o suficiente é pensar dessa forma? O seu inimigo é simplesmente você mesmo, que faz de tudo para acreditar nos seus supostos pensamentos, medo de altura, palhaços ou do sobrenatural? Parei de ter medo de qualquer coisa, quando percebi que eu mesmo sou esse monstro abominável de baixo da cama.

Autor: Lucas Fernando Oliveira Duarte.

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Comentários

  1. Muito bom Lucas
    A depressão quase isso aí

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  2. Uma reflexão de uma triste realidade, na vida de algumas pessoas, que vivem presas em uma prisão sem grade.
    Parabéns, por uma visão tão madura da realidade.
    Arrasou Lucas 😍

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